O legado deixado por Johann Sebastian Bach é um dos maiores tesouros da música ocidental. E, dentro de uma produção riquíssima, há obras que se destacam ainda mais — seja por sua magnitude, simbolismo ou importância. Este é o caso da Missa em si menor. Bach começou a escrever a obra em 1733 e não a terminou até perto de sua morte, 15 anos depois. Como missa, é vasta demais para uso litúrgico, e não foi inteiramente tocada enquanto o compositor viveu. Muitos movimentos são revisões de obras anteriores, e os outros foram compostos expressamente para a Missa; há uma incrível variedade e profundidade de estados de espírito na obra. Esses fatos e as grandes diferenças de estilos que esta obra contém fazem com que alguns estudiosos apontem que se trata de uma espécie de resumo da trajetória composicional de Bach. É, portanto, uma obra de enorme valor histórico e estético.Abrindo o último mês de uma Temporada arrebatadora, a Missa em si menor será interpretada por nossa Orquestra e nosso Coro em conjunto a expoentes da música antiga. O maestro argentino Leonardo García Alarcón, também cravista e especializado no período Barroco, foi o fundador em 2005 da Cappella Mediterranea, conjunto sediado em Genebra. Ele comanda o programa, que contará ainda com a soprano argentina Mariana Flores, a mezzo estoniana Dara Savinova, o tenor ítalo-suíço Valerio Contaldo e o barítono alemão Andreas Wolf, todos intérpretes especializados em música barroca.