O percussionista, compositor e arranjador Caíto Marcondes (1954) é um músico versátil, prolífico e inquieto, que tem especial relação com os instrumentos de cordas. Carioca crescido no interior de São Paulo e radicado na capital, na juventude dedicou-se ao piano e ao violão, além de estudar composição com Hans-Joachim Koellreutter e harmonia com Mário Ficarelli. Sua produção e atuação desafiam as fronteiras entre a música clássica e a popular: como percussionista, já colaborou com artistas como Marlui Miranda, Hermeto Pascoal, Toninho Horta, Milton Nascimento, Francis Hime, Joyce e Monica Salmaso. Ao lado do violinista norte-americano Tracy Silverman, seu parceiro de longa data, foi solista de diversas peças para orquestra de sua própria autoria. Compôs para balé, teatro e cinema (angariando vários prêmios); criou e dirigiu projetos musicais e séries; além de conceber e apresentar um programa na Rádio Cultura. Lançou sete discos, no Brasil e no exterior. Seu primeiro álbum solo, Porta do Templo (Califórnia, 1995), teve colaboração do premiado Turtle Island String Quartet, quarteto de cordas norte-americano que se dedica a repertórios da música popular e do jazz, e do trombonista François de Lima, integrante da Banda Mantiqueira. Caíto assina a autoria da maioria das músicas, além de todos os arranjos para essa formação original de quarteto de cordas, trombone e percussão – que ele mesmo toca no disco. Relançado na Alemanha em 1998, o álbum foi indicado como um dos 150 melhores do ano na Europa no World Music Charts Europe, e chamou a atenção de Marcelo Jaffé, violista do Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo – que já conhecia a escrita para cordas de Caíto por seus arranjos para a Orquestra Jazz Sinfônica, da qual ele foi tanto músico como diretor artístico. Assim, surgiu a ideia da colaboração do Quarteto com Caíto – que se materializa agora, quase três décadas depois.