Ancorado no conceito filosófico ioruba da divindade Òsùpá, a Lua, o projeto se propõe a um mergulho profundo na Senhora da Noite, majestade da luz, senhora das marés, olho esquerdo do mundo, regente do corpo e seus líquidos, satélite das subjetividades, mãe do inconsciente e da memória ancestral. Òsùpá é a dama líquida que rege o feminino, da menstruação ao parto, é a anciã, a parteira, e o tempo é sua mais nobre ferramenta de trabalho. Pilar primordial do feminino ancestral e do poder da mente, Òsùpá se faz presente na loucura e na cura, na solidão e no inconsciente coletivo, é uma feiticeira coberta de espelhos para refletir sobre o mundo e o poder do sentir.