Quando estreou, em 1913, A sagração da primavera abalou o mundo cultural de Paris: o balé radical, de estruturas rítmicas inovadoras e complexas, teve vaia, gritos e até intervenção policial. Tão provocadora quanto a música era a coreografia de Vaslav Nijinsky. O enredo gira em torno de um ritual pagão no qual sábios anciãos observam uma jovem que dança até a morte e que será oferecida ao deus da primavera.Com 30 anos de atividades e 14 espetáculos, a Companhia de Dança Deborah Colker é uma das mais premiadas e prestigiadas do Brasil. O grupo leva ao público um espetáculo cuja música de Stravinsky dialoga com um Brasil ancestral de florestas, danças e músicas dos povos originários, mesclando ritmos brasileiros à tradição russa. O espetáculo conclui uma trilogia na qual cada obra explora aspectos distintos da experiência humana, desde as paisagens nordestinas e a luta contra a ignorância (Cão sem plumas, de 2017), passando pela busca de reparo ao que é irreversível (Cura, de 2021).A regência será do maestro Claudio Cruz, um dos mais importantes músicos brasileiros e que foi por duas décadas spalla da Osesp.