O espetáculo vai começar! Para que a beleza seja plena alguém precisa organizar tudo dentro e fora da cena. Camarim, palco, cortinas, máscaras, figurinos, adereços. É preciso cuidar de tudo isso com muito apreço. Essa é a tarefa do camareiro. Mas quando o artista principal é um boneco ele precisa também ser um bonequeiro. As memórias de cena e das coxias se misturam nesses dois seres, confundindo as cronologias. Histórias, vivências e andanças por esse mundo-palco-coração: a arte é uma viagem que abre uma mente-maleta como se tirasse universos de uma gaveta, encenando os mistérios da criação. Mambembe e sem rotina, ao passar pelas cortinas o camareiro desaparece, vira bonequeiro para o boneco brilhar. Enquanto as lembranças se espalham pelo ar o tempo passa, deixa suas pistas e mostra ao público a tragédia e a comédia na vida do artista.