Arpillera é o nome em espanhol para uma linguagem têxtil figurativa que surgiu no Chile no final dos anos 1960. Durante o regime ditatorial de Augusto Pinochet (1973-1990), essa prática se tornou uma forma de denunciar as violações dos direitos humanos, além de configurar uma importante expressão cultural politicamente engajada e de protagonismo feminino. Em espanhol, "arpillera" significa "juta", o nome da fibra têxtil que recebe bordados que narram histórias de vida, luta e resistência das autoras e seus contextos. A produção chilena inspirou diversas mulheres e movimentos sociais ao redor do mundo.No Brasil, essa forma de expressão inspirou o Coletivo Nacional de Mulheres do MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens – um movimento social brasileiro, auto-organizado, surgido na década de 1980 e que luta pelo direito das pessoas atingidas, reivindica um Projeto Energético Popular e uma transformação social estrutural. A exposição Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos apresentará cerca de 30 trabalhos, produzidos entre 2013 e 2024, por mulheres que se reúnem em oficinas organizadas pelo MAB em todo o território nacional.