O espaço independente Pivô recebe Beijo, exposição de Mariela Scafati e Hélio Oiticica. Para Gonzalo Aguilar, autor do texto crítico, a exposição desloca a ideia de corpo e obra, trabalhando com as pinturas, as telas, as cores, as cordas, o teatro em miniatura (o kamishibai), os sentidos dos espectadores e até o próprio ar como corpos. A mostra é organizada em parceria entre a galeria paulistana Gomide&Co e a galeria argentina ISLA FLOTANTE. Mariela Scafati (Olivos, Argentina, 1973) vive e trabalha em Buenos Aires. Considerada uma das mais importantes artistas argentinas de sua geração, Scafati trabalha a partir da sua formação como pintora e serigrafista e de suas experiências com ativismo social e educação. Foi co-fundadora da ação Taller Popular Serigrafía (2002-07) e é membro do coletivo Serigrafistas Queer desde 2007, criando materiais como slogans e stencils utilizados nas marchas do orgulho LGBTTTIQ+ na Argentina. A artista articula em suas obras experimentações formais, temática queer e questões sociais, políticas e econômicas de seu país. Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, Brasil, 1937–1980) é um dos principais nomes da arte brasileira na segunda metade do século XX. Iniciou seus estudos artísticos no Curso Livre de Pintura de Ivan Serpa, no MAM Rio, em 1954, desenvolvendo trabalhos marcados pela experiência do movimento de arte concreta da época. Entre 1955 e 56, foi membro do Grupo Frente, assinando o Manifesto Neoconcreto (1959), a partir do que seu trabalho se expandiu no sentido de abarcar o espectador como participante da obra. Durante a década de 1960, desenvolveu algumas de suas séries mais conhecidas (Bilaterais, Relevos Espaciais, Núcleos, Penetráveis e Bólides) e participou de coletivas consideradas históricas, como Opinião 65 (1965) e Nova Objetividade Brasileira (1967), ambas no MAM Rio.