De um autor pouco conhecido em sua época para um dos compositores mais executados na atualidade: em 25 anos de uma produtividade surpreendente, Gustav Mahler criou todo um universo de emoções na música. Em suas 45 canções e 10 sinfonias, mergulha nas profundezas da alma humana. Suas obras orquestrais são hoje presença obrigatória nas salas de concerto de todo o mundo.Atuando na maior parte da vida como um importante regente em Viena, Mahler aproveitava os verões para se ausentar da cidade e se dedicar à composição. A Sinfonia nº 3 foi iniciada em 1893 e concluída três anos depois. Com seis movimentos, é a obra mais longa de Mahler e a sinfonia mais longa do repertório, com cerca de 100 minutos de duração. O próprio compositor dividiu a obra em duas partes.O primeiro movimento, sozinho, com mais de meia hora de duração, forma a primeira parte. A segunda compreende os outros cinco. O grupo das quatro primeiras sinfonias de Mahler é marcado pela presença da literatura. O compositor redigiu programas para explicar a narrativa das três primeiras, antes de rejeitá-los. Mahler não chegou a divulgar esses textos para o público, mas compartilhou suas ideias com vários amigos ao longo do processo de escrita. Resumidamente, o programa da Sinfonia nº 3 consiste em um título evocativo para cada um dos seis movimentos: Chega o Verão, O que Me Dizem as Flores do Campo, O que Me Dizem os Animais da Floresta, O que Me Dizem os Homens, O que Me Dizem os Anjos e O que Me Diz o Amor.Mahler, que já havia utilizado a voz no movimento final de sua segunda sinfonia, o faz novamente nessa obra que pede, no quarto e quinto movimentos, um coro feminino e uma solista. Tais partes serão executadas, respectivamente, pelo Coral Paulistano e pela mezzo soprano Carolina Faria.