Com curadoria de Eder Chiodetto, a mostra de Giselle Beiguelman traz cerca de 30 trabalhos inéditos da artista, que utilizou inteligência artificial (IA) para desenvolvê-los. “Nos últimos três anos, tenho trabalhado extensivamente com IA em meus projetos artísticos. E tem sido uma tremenda experiência de aprendizado. No momento, me dedico à exploração de modelos de IA que utilizam linguagem natural para gerar imagens a partir de textos e transformar imagens em um dinâmico processo de tradução quase intersemiótica. As obras visuais apresentadas nesta mostra foram criadas com esse tipo de tecnologia”, explica Beiguelman.Em “Venenosas, Nocivas e Suspeitas”, a artista relaciona plantas que foram proibidas ou demonizadas pelo colonialismo – por razões que vão do seu uso em práticas rituais a poderes afrodisíacos ou alucinógenos – a mulheres que foram apagadas da história da arte e da ciência.Pau-brasil, cannabis e cogumelos são outras algumas das plantas que surgem em vídeos criados por Beiguelman, que abasteceu a IA com referências da arte e estética de diversas botanistas que, no seu tempo, não tiveram o reconhecimento de seu trabalho, como Sarah Anne Drake (1803-1857), responsável pelas ilustrações do livro “Orchidaceae Of Mexico And Guatemala" (1837-1843), de James Batemane.A artista também homenageia naturalistas do século XVII ao XIX, que, apesar de terem feito importantes contribuições à ciência e às artes, nunca receberam os devidos créditos