Abel Rodríguez (Cahuinarí, Colômbia, 1944) nasceu às margens do Rio Cahuinarí, na Amazônia colombiana, e seu nome indígena é Mogaji Guihu, sendo originário das comunidades Nonuya e Muinane. Foi treinado desde a infância para ser um sabedor, isto é, um depositário dos conhecimentos sobre as espécies botânicas da floresta, seus usos práticos e simbólicos. Nos anos 1990, fugindo dos conflitos armados em sua região natal, mudou-se para Bogotá, onde, em contato com a ONG holandesa Tropenbos, foi incentivado a desenhar para registrar e compartilhar suas memórias. Ao contrário da tradição do desenho botânico ocidental, que isola os elementos representados, os desenhos de Rodríguez em grafite e aquarela mostram ciclos, interações entre diversas espécies e a ação do tempo na floresta. Feitos a partir de memórias, têm inscrições em espanhol e Nonuya, descrevem os sabores das frutas, os usos medicinais das plantas e quais animais se alimentam delas. A “árvore da vida” é outro tema recorrente em sua produção e narra o principal mito de origem dos Nonuya.